A rocha que chorava

Não adianta fechar os olhos. Eu sempre terei de abrir e ver minha cara no espelho outra vez. Não adianta abrir os olhos, pois eu sempre terei que dormir novamente. Não adianta sonhar dormindo, por que os sonhos não são puramente abstratos. Talvez adiante sonhar acordado, por que os pensamentos em claro, não são puramente concretos.
É preciso d angústia, seja ela qual for. A angústia está no caminho da luz. É preciso rir de piadas idiotas, estas, não estão no caminho da luz, Mas rir é necessário. Deixe que os críticos chorem o que nunca fizeram. Pois eles nada fazem.
É preciso sentar numa mesa com os críticos renomados e os vinhos caros e os sabores da alta gastronomia. Devemos virar este mesa. Que a cultura seja dada e incentivada, mas nunca imposta.
Há vezes que é preciso odiar rótulos. Há vezes que os buscamos. Deixe que a auto-ajuda corra a solta—você também procurou dogmas uma vez. Os dogmas só servem para quem os busca. Os dogmas não têm explicação—tampouco deveriam ter: nem tudo precisa de explicação.
É preciso fuçar o lixo. Não é preciso precisar—também isso é dogmático. Só existem duas coisas importantes na vida: o amor e a arte. O resto não importa. Compreender isso é uma das maiores lições do ser humano. A arte ruim também é arte—Quem disse que a beleza precisa ser sistematizada? Tudo são fases.
Exageros podem ser necessários. Apego a eles pode ser auto-destrutivo(além de ser patético). Os exageros do corpo são os modismos que os idiotas julgam ser necessários. Os exageros da alma são os defeitos que o ser humano precisa.
Os vícios nem sempre são precisos. São nocivos. Os vícios são as covardias da alma misturadas às do corpo. A sensualidade se faz um vício muitas vezes benéfico, muitas vezes asqueroso.
A virgindade é uma arte. Talvez o medo também seja. Ainda assim são doenças—mas o mundo é uma doença. A inocência é uma virtude.
A luta é uma arte. A guerra não é uma arte. Matar inocentes é um tumor no pulmão do retrato das grandes batalhas. Sun Tzu falava da arte, não da morte. O sadismo é a loucura do grande selvagem, revoltado com a nada. O masoquismo é a revolta do pequeno selvagem, revoltado com o tudo. Enquanto o poder lança o homem contra seu semelhante, a falta de poder lança o homem contra si mesmo.
O dinamismo é a arte do tudo. O marasmo é a arte do nada. A morbidez é uma moléstia que não provém do mesmo marasmo. O marasmo é a digestão da conturbação dinâmica. Os ciclos sempre se repetem.
A hipocrisia é outra virtude. É como você olhar para a amiga que está a conversar com você e fingir que não percebe. “Ela quer transar com você” diz a sua consciência e você tem medo de pensar “será que também eu não quero transar com ela?”. Então, fingindo fidelidade você vai achar que seria melhor se masturbar junto com ela. Isso não muda em nada.
Não posso blasfemar contra o amor. Mas não blasfemarei também contra a existência humana. Nessas horas eu percebemos que queremos ser apenas outros idiotas a mais. O útil e o inútil se chocam. Mas as coisas mais inúteis aos humanos, são as mais importantes. Nós sempre saberemos disso. Assim como a arte, o amor é algo inútil.

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